Hoje eu quero começar uma série, coisa sem compromisso, mas para fazer algo que eu amo: indicar música. O primeiro texto é sobre um álbum que fez aniversário esse mês, e mudou a minha vida: o Invisible Touch do Genesis.

She's seen to have an invisible touch 


Lançado em 6 de junho de 1986, o Invisible Touch pra mim é o auge da era pop rock do Genesis, que veio lá do ...And Then There Were Three de 1977. Ele marcou história por ter sido um sucesso, com o primeiro lugar nas paradas do Reino Unido, e o terceiro lugar na Billboard 200. Invisible Touch, a música, foi a primeira -e única- do Genesis a pegar o primeiro lugar nas paradas.

Mas... O que faz esse álbum ser tão especial? Alguns motivos.

Can't you see this is the land of confusion?


O Invisible Touch é incrível pela forma absurda como surgiu: na base do improviso, sem que o Genesis usasse nenhum material gravado anteriormente. Exceto duas músicas todas tem clipes, o que é curioso e não é exatamente comum pros dias de hoje. Em especial tem o vídeo de Land of Confusion, um dos mais impressionantes feitos pela banda e na história da música.

Esses dois motivos são por minha conta: o show em Wembley da Invisible Tour é um dos melhores Genesis. Tenho esse DVD de presente de aniversário, e é um dos que eu mais gosto. E o motivo mais especial de todos: eu tenho o vinil do Invisibile Touch, direto de 86. Ele foi um presente do meu pai para minha mãe, que por sua vez me deu ele de presente.

E foi assim que a minha vida mudou


Eu já gostava de pop rock anos 80 porque foi o que eu mais ouvi desde a infância. Por causa de ser um monte de banda e artista que eu não vivi pra ver no auge, eu tinha que pesquisar. E nisso eu aprendi a amar pesquisar sobre música - e qualquer coisa, na real. Com o Invisible Touch eu também comecei a aprender inglês, e hoje eu sou autodidata.

Mas vamos lá falar dessa maravilha. Vou dividir o texto considerando os lados do vinil.

Lado A


Logo de cara tem a faixa título, que é maravilhosa. Uma estrutura simples, energia pra cima, bem feita e executada. Eu adoro essa música. Há anos eu brigo com a ansiedade e depressão, e ouvir Genesis sempre foi o meu lugar feliz. Eu também adoro o clipe, simples, mas tem uma energia bem divertida.

Tonight, Tonight, Tonight não era uma das minhas faixas favoritas, mas hoje eu gosto do álbum inteiro. Ela tem um tempo diferente da abertura, o que é interessante. Já pisa mais no freio, sabe? Ainda assim a vibe pop é clara, ao mesmo tempo resgata uma aura que lembra o Genesis das antigas.

Land of Confusion... Quem diria que uma música de 86 teria uma letra tão atual. Ela é mais puxada pro rock, o que é perfeito pra mensagem da letra. O clipe é sensacional com a coisa distópica, meio Fallout, com os fantoches que lembram muito os bonecos da Família Dinossauros. Até o Genesis virou boneco de cara grande e narigão.

Ah! Fun fact: perto do fim do clipe tem um momento We Are the World onde aparecem várias celebridades em versão fantoche, incluindo Madonna, Michael Jackson, Sting e Tina Turner.

In Too Deep também não era uma das minhas favoritas. Ela faz jus ao título, sendo a baladinha do álbum e bem ao estilo do que o Phil Collins fazia -e muito bem- na carreira solo.

Lado B


Saindo da baladinha a gente entra de sola na correria de Anything She Does. Outro fun fact: o tecladista Tony Banks teve como inspiração pra música as fotos de mulheres seminuas que banda cortava e colava na parede do estúdio. Não fico ofendida de saber disso, ao contrário. Acho engraçado uma coisa tão idiota ter inspirado uma música tão legal.

Domino... Eu simplesmente amo essa música. Ela é a maior do álbum com 10:44 de duração, e dividida em duas partes: In the Glow of the Night e The Last Domino. Banks escreveu a letra com a ideia de que muitas vezes os políticos não conseguem pensar no que começaram, e nas consequências de suas ações. Uma das melhores músicas do Genesis.

Novamente, Throwing it All Away é a típica música romântica padrão Phil Collins - e sim, isso é um elogio. O álbum finaliza com a talvez inesperada The Brazilian. Yep, esse é o nome. A música é um instrumental positivamente caótico que novamente surgiu do improviso. Era o Genesis simplesmente brincando no estúdio, testando os sons que poderiam ser programados na bateria elétrica.

Por que você precisa ouvir o Invisible Touch?

Porque é o tipo de álbum que faz você sorrir, e felicidade não é crime. Phil Collins, Tony Banks e Mike Rutherford tem estilos meio que totalmente diferentes, mas no fim do dia eles formaram o trio perfeito em sintonia musical, e pelo menos a primeira vista, de amizade. Vou deixar o embed do YouTube e você pode soltar o play sem medo.